É Natal...
...e não vamos refletir sobre o significado da data (que está cada vez mais ligado ao consumo) ou qualquer outro clichê.
Não porque nossos corações tenham endurecido com tanta dor, mas porque cada dia, independente do seu significado, é um dia de luta.
Aproveitemos, então, um trecho da entrevista que a escritora Lya Luft deu este mês à revista PAIS E FILHOS para fazer a nossa reflexão:
PF: Você fala muito em seus textos sobre os homens, a figura masculina, a figura paterna...
Lya: A nossa cultura não trata os homens muito bem. Eles aparecem sempre como cafajestões, tomando caipirinha, pulando a cerca o tempo inteiro. Na verdade, o que ocorre é que a nossa cultura desprivilegia o masculino. Isso ainda é uma remanescência do feminismo. Antigamente, as mulheres eram muito oprimidas e se vingavam ridicularizando seus maridos: “Homem só pensa naquilo, homem é tudo igual, homem é tudo criança”. E é a mulher que abre a porta para que o pai participe mais da vida dos filhos. Antigamente havia essa história de “não pega no bebê, você não tem jeito, vai cair, vai quebrar o pescoço, vai arranhar com a barba”. Então, a gente isolava os homens e, depois, se queixava de que eles não participavam. Era uma coisa um pouco cruel.
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