quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pai diz que filho de 3 anos veio ilegalmente para o Brasil

Mais um caso ganhou o noticiário. Um menino de três anos que morava em Orlando com a mãe, veio com ela ao Brasil deixando o pai por lá. Vamos conferir se é mais um caso de sequestro internacional e que não sabia da viagem. A mãe nega. Confira abaixo duas reportagens sobre o caso.

Menino de 3 anos separado do pai Edição de quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


Pernambucano que mora em Orlando, EUA, acusa a ex-mulher de ter fugido para o Brasil com o filho


De um lado, o pai. Do outro, a mãe. Entre eles uma criança com 3 anos. A separação levou a desentendimentos e a um desencontro. Nesse caso, entre pai e filho. O empresário pernambucano Almir Couto Júnior, 45 anos, acusa a ex-mulher, Isabela Cabral de Lacerda, 25, de ter fugido para João Pessoa, na Paraíba, com o filho do casal, na última sexta-feira. Apesar de separados desde 2006, ambos viviam em casas próximas em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos. Segundo o pai, o menino viajou sem autorização dele, o que fere a Convenção de Haia, da qual os dois países são signatários. A situação, segundo especialistas em direito de família, pode ser configurada como sequestro internacional. E o mais grave: casos de disputa pelo filho muitas vezes escondem episódios de alienação parental, onde a criança sofre uma lavagem cerebral da mãe ou do pai e desenvolve um ódio injustificável pelo genitor alienado.




Fabíola Albuquerque, especialista em direito de família e vice-diretora do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Pernambuco, lembrou o caso do menino Sean Goldman, trazido em 2005 pela mãe para o Brasil e devolvido ao pai, nos EUA, após decisão da Justiça. ´Não há como viajar com o filho sem a aprovação de um dos pais`, explicou.




O empresário Almir Couto contou ao Diario que fez um acordo verbal com a ex-mulher sobre a guarda compartilhada do filho, mas depois ela moveu uma ação na corte de Orlando pedindo a guarda da criança para levá-la para o Brasil. A primeira audiência de mediação estava marcada para o próximo dia 8 de fevereiro. ´Estou há duas semanas sem conseguir ver meu filho. Quero ele de volta`, desabafou.




A mãe negou ter fugido com a criança. Disse que o ex-marido sabia da viagem. ´Inclusive ele sabe onde estou morando, pois viveu comigo na casa da minha mãe. Quando quiser falar com o filho, pode encontrá-lo`. Isabela Lacerda disse que decidiu voltar para o país porque estava com problemas financeiros e longe da família.


O risco de crianças filhas de pais separados sofrerem a chamadalavagem cerebral é alto, principalmente em situações onde os genitores não se entendem ´Em casos suspeitos, o juiz pode solicitar um estudo biopsicosocial na criança para saber se ela está sendo vítima de alienação parental`, alertou o desembargador Jones Figuerêdo. A alienação parental é descrita na lei 12.318/2010. (Marcionila Teixeira). Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/01/26/urbana1_0.asp

Primeiro Caderno | Dia-a-dia

Edição de quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 
Jovem nega sequestro do filho e diz que pai sabia da viagem
Paraibana Isabela Cabral de Lacerda, 25, está em JP e foi acusada pelo ex-marido de trazer o filho ilegalmente dos EUA
Esdras Marchezan //esdrasmarchezan.pb@dabr.com.br 
Marcionila Teixeira //marcionilateixeira.pe@dabr.com.br 



Depois de ser acusada pelo ex-marido, o pernambucano Almir Couto Júnior, 45 anos, de sequestrar o próprio filho e trazê-lo de Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos para João Pessoa ilegalmente, a paraibana Isabela Cabral de Lacerda, 25 anos, se disse "perplexa" com a acusação e afirmou que a vinda dela e do filho, de 3 anos de idade, aconteceu com o consentimento do pai e dentro dos trâmites legais. Isabela e Almir moravam em Orlando com o filho, mas haviam se separado desde 2006. Depois de alguns reencontros, o casal deixou de morar junto há um ano e um mês e Isabela, alegando problemas financeiros, decidiu voltar para o Brasil e criar o filho com apoio da família.


Isabela morava com Almir na Flórida, mas estava separada dele desde 2006 Foto: Arquivo Pessoal
Almir Couto contou, por telefone, que fez um acordo verbal com a ex-mulher sobre a guarda compartilhada do filho, mas depois ela teria movido uma ação na corte de Orlando pedindo a guarda da criança para levá-la para o Brasil. A primeira audiência de mediação estava marcada para o próximo dia 8 de fevereiro. "Dia sim, dia não eu via meu filho na escola. Estou há duas semanas sem conseguir ver meu filho. Quero ele de volta", desabafou. Ele prestou queixa na polícia de Orlando e agora aguarda decisão da justiça americana para ter o filho de volta. Segundo o pai, o menino viajou sem autorização dele, o que fere a Convenção de Haia, da qual os dois países são signatários. A situação, segundo especialistas em direito de família, pode ser configurada como sequestro internacional.

Isabela Cabral - filha do ex-deputado paraibano Judivan Cabral - disse à reportagem que havia conversado com o ex-marido e dito que ele não teria problemas para encontrar a criança quando quisesse. "Deixei endereço, telefones,e-mails, tudo com ele e quando cheguei ao Brasil fiquei surpresa com esse sensacionalismo que ele criou. A intenção dele, tenho certeza, é me atacar, mas terminando expondo o nosso filho a um constrangimento grande", comentou Isabela, relatando que o ex-marido costumava ser agressivo. "Ele é um homem agressivo. Chegou a me agredir fisicamente e até foi preso por isso", comentou.

Ela nega ter falsificado qualquer documento para trazer o filho ao Brasil. "Somos cidadãos brasileiros. Estava com todos os documentos necessários para trazer meu filho e o pai dele sabia. Sai dos Estados Unidos no dia 20 e cheguei aqui no dia 21. Encaminhei e-mail para o pai dele, com todas as informações necessárias para ele entrar em contato, mas ele preferiu fazer esse sensacionalismo", lamentou. A paraibana disse que vai continuar em João Pessoa, na casa da mãe, com o filho e já entrou em contato com advogados para acompanhar o caso.

Especialistas em direito da família alertam que casos desse tipo pode envolver episódios de alienação parental, onde a criança sofre influência do pai ou da mãe e desenvolve um ódio injustificável pelo genitor alienado. Fabíola Albuquerque, especialista em direito de família e vice-diretora do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federalde Pernambuco, lembrou o caso do menino Sean Goldman, trazido em 2005 pela mãe para o Brasil e devolvido ao pai, nos Estados Unidos, depois de um longo processo. "Isso tem acontecido de forma cada vez mais corriqueira. Não há como viajar com o filho, sem a aprovação de um dos pais". 

Fonte:http://www.jornalonorte.com.br/2011/01/26/diaadia5_0.php

Nenhum comentário: