Em entrevista exclusiva ao programa de variedades "Today", da rede de TV norte-americana NBC, David Goldman, pai do menino Sean, disse que o garoto ainda não o chamou de pai. O programa foi exibido nesta segunda-feira.
"Não, ele não me chamou de pai ainda. Eu disse a ele que ele poderia me chamar de pai, mas ele não me disse nada. Eu o chamo de filho", disse Goldman à apresentadora Meredith Vieira.
A emissora não revela onde foi feita a entrevista, mas especula-se que os dois passaram o Natal em Orlando, na Flórida, e só embarquem nesta semana para a casa dos Goldman em Tinton Falls, no Estado de Nova Jersey. A NBC fretou o avião que levou o menino do Brasil para a Flórida.
Durante o programa, a emissora exibiu filmagens e fotos antigas dos dois juntos, do quarto de Sean na casa do pai com brinquedos e roupas do garoto, imagens de Sean no avião que o levou para os Estados Unidos e do menino desembrulhando presentes dados por Goldman no seu retorno.
Pai e filho se reencontraram na véspera do Natal, depois de cinco anos de batalha judicial pela custódia. "Parece um milagre, mas é real porque ele está aqui e eu posso abraçá-lo. Eu o amo", disse Goldman no programa.
O americano também afirmou que o tempo que passou separado de seu filho é como "uma grande cicatriz, mas agora que estamos juntos vamos curá-la".
O pai reforçou que Sean não foi forçado a se mudar para os Estados Unidos, apesar da passagem da custódia da avó materna brasileira para o pai americano tenha sido decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), na semana passada após cinco anos de processo.
"Sean nunca disse: 'eu não quero ir com você, eu não quero ficar com você'. Ele Não resistiu nada', afirma Goldman. "Ao mesmo tempo, estava sofrendo muito. O que viveu é incomensurável. Ele está aqui, com seus primos. Estão se divertindo. Ele é amado, muito amado", afirmou o pai.
O americano voltou a criticar as circunstâncias da entrega do menino no Consulado dos EUA no Rio, ocorrida na manhã do dia 24, em meio a tumulto por conta do assédio da imprensa. O pai diz acreditar que a entrega tenha sido feita em público como retaliação, o que a família materna nega. "Espero que ele não tenha pesadelos pelo resto da vida por causa daquele dia", disse Goldman.
Nascido nos Estados Unidos, Sean veio ao Brasil em 2004 com a mãe, Bruna. Goldman tentava levar o filho de volta com base na Convenção de Haia sobre sequestro internacional de crianças. Com a morte da mãe, em 2008, a batalha judicial passou a ser travada entre o americano e o padrasto, o advogado João Paulo Lins e Silva.
Padrasto
O padrasto do menino Sean, João Paulo Lins e Silva, disse que brigou na Justiça para conseguir a guarda do garoto por ter participado de mais de 60% de sua vida, e que mantinha uma relação de pai e filho com ele. Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, exibida neste domingo, Lins e Silva disse que Sean o chamava de pai.
Autor: colaboração para Folha Online da Folha de S.Paulo
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